sábado, 5 de novembro de 2016

Nota I

É noite de sábado e eu deveria estar sentada num bar, saia curta, salto alto, black ouriçado, caipifruta de cajá numa mão, Bukowski na outra; No entanto tô na minha cama, calcinha de dormir e ventilador na terça potência, falhando ao tentar ouvir música e escrever ao mesmo tempo.
Tô tão cansada, principalmente emocionalmente, foram dias bem corridos entre tintas e lágrimas, suor frio e banhos gelados - o corpo sempre gritando por espaço, orgasmos mais intensos e distâncias maiores.
Sou uma pessoa de detalhes, eles podem destruir ou me fazer pirar - seja uma tela ou um beijo.
É uma droga essa oscilação de humor, de amor. Tenho a curiosidade de saber como uma pessoa normal funciona, com os botões no lugar certo - meu painel de controle já veio desregulado de fábrica, certeza.
Dormir, acordar bem, sem ter o peso do mundo raiando junto com o sol; que paz deve ser acordar sem ter potencializado a mil o último sentimento antes de fechar os olhos.
É um inferno diário, mas vá lá, é um paraíso também, é aquela coisa de cada um saber a dor e a delícia de ser o que é.


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