quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quase dezessete.

Mais um ano... devia estar desenhando para o graffiti de amanhã, mas resolvi escrever alguma coisa quando me toquei que é mais um ano de arte urbana, dessa coisa toda que minha mãe disse que era fase e espera que passe desde os doze ou treze anos...é, não passa - ao contrário, vai aumentando, fortificando, vai me deixando mais apaixonada e inquieta, mais revoltada e esperançosa.
Eu teria muita coisa pra falar sobre esses vinte e três anos, muitas lições de vida, muita vivência familiar, provação pessoal e amadurecimento psicoemocional (sempre em processo), mas agora é graffiti e, sem dúvida, ele é um resumo de todas as minhas etapas passadas e alicerce das futuras.
Um dia saí para pintar o viaduto, um balde de látex e uma ou duas latas, desenho esboçado, euforia, coragem, fome, suor, sol, amor, polícia, pessoas, denúncias, buzinas, amizade, fumaça, perguntas, parede, concentração, libertação. Ali percebi que seria eterno, entendi o porquê de tudo aquilo depois de tanto tempo inconsciente. Libertação, é isso. Uns bebem, outros fumam, eu pinto.
Ainda tenho muitas expectativas para a arte urbana aqui em Natal, adoro a calma da cidade, mas a detesto quando se torna o ritmo de tudo. Queria ver e fazer tanta coisa...mas vamos lá, novas cabeças e mãos surgem enquanto outras se entendiam por seguirem moda (os verdadeiros sempre permanecem, em tudo).
Quero agradecer a todos por mais um ano, mas a todos mesmo, os que estão envolvidos direta ou indiretamente em toda essa história: crews, graffiteiros, pixadores, artistas urbanos em geral, amigos e amantes das cores no cinza da cidade (seria impossível listar, mas quem é sabe).
Agora tenho mesmo que fazer o desenho, espero que amanhã o tempo melhore, assim como tudo por aqui.
Doce
Free Style Crew
Traços de Rua Crew
Danger Crew
Deixe Fluir...
http://www.flickr.com/photos/docefsc/

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Segunda

Sempre sento com calma, depois de ter pensado e repensado as coisas que andam acontecendo... nunca escrevo, fico com dor de cabeça de tanto analisar - ou escrevo e excluo achando não ter chegado ao que queria.
Estou numa fase de experimentação, de aprendizagem, de uma nova percepção do ambiente e de mim mesma. Guardei o medo das mudanças esse tempo todo, estava ficando em pânico, buscando motivos para alterar os planos enquanto me escondia da (minha) realidade.
Muitas dúvidas, muitos caminhos, desejos, recusas, calor e suor frio.
Me rendo.
Impossível eu não seguir os impulsos, impulso calculado existe?
E me vejo no espelho, dezesseis anos e a tara de conhecer o mundo, conquistas, sedução, sexo no sofá da sala.
E descubro que amor é mais que um sentimento, é um estado de espírito.