quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr

Eu estava almoçando,  lendo A Bíblia do Caos como de costume, por mais que eu já tenha lido diversas vezes os 5.142 pensamentos, preceitos, máximas, raciocínios, considerações, ponderações, devaneios e tararááá... sempre encontro algo novo e brilhante, é meu guru, e nem nasci no Méier.
Achei um texto fantástico, pensei em escrever no facebook mas preferi guardar só pra mim, com a página aberta vi lá uma foto do cara sendo compartilhada, pensei "Pow, vão começar agora até com o Millôr!" Era uma de suas frases clássicas, seguida de RIP. Não! Imediatamente fui aos jornais e estava lá, confirmada a morte de meu preferido, de meu amor.
Amigos me mandam mensagem, me ligam, e eu pergunto furiosa: "porque não o Teló?" - ou o Sarney, como preferiria ele, sem dúvida.
Humorista, dramaturgo, desenhista, escritor, tradutor, gênio.
Nos encontramos a primeira vez eu tinha sete ou oito anos, Fábulas Fabulosas! Desde então nunca mais consegui deixá-lo. Hoje faço coleção de todos os outros livros, peças, desenhos, etc. - tanto na estante quanto em mim.
De Liberdade, Liberdade à Um Elefante no Caos, de Flávia, Cabeça, Tronco e Membros à O Homem do Princípio ao Fim, do Livro Vermelho aos Poemas e Hai-Kais e todos outros mais.
Millôr, o mais talentoso escritor brasileiro, aliás, o único brasileiro universal.

"Mudando de assunto e ficando no mesmo. Dei um mergulho assustador na geografia profunda do meu psíquico, e descobri em mim um ponto psicológico, um sentimento inteiramente inédito no ser humano. Não é medo, vaidade, ambição, angústia, nada disso. Por enquanto vou usá-lo em segredo e em silêncio. É bom me ler cada vez com mais cuidado. Qualquer vírgula mal colocada ou compreensão menos direta pode ser fatal."
(1987)

Confiram:
Site Oficial do Millôr Fernandes