segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ontem pode ter sido com carinho amor
Ondas que quebram nas pedras
Mas hoje pode também
Que quebram as pedras.

sábado, 25 de setembro de 2010

"

 Nesse teclado nao tem til nem circunflexo, muito menos agudo para is e us; eu quase faço a bobagem de nao escrever por isso, depois de meio minuto de reflexao percebo que hoje faltou pontuaçao no meu dia.

 Creio que passa de meia-noite...sem sono e com a vontade louca de comer doce; converso com meu filho de dezesseis anos e dou os mesmos velhos conselhos ao ex-namorado pelo messenger. 
Meu amor jà dorme, nada me renova tanto o quanto dormir e acordar em seus braços - mas hoje nao consigo deitar na cama sem sono, nao consigo sentir o seu cheiro nem me acalmar com o ritmo de sua respiraçao...Nossa, ele continua maravilhoso, paro e penso que realmente nunca fui tao feliz em minha vida. 
 E os dias passam, e me reapaixono por ele todas as manhas; e tenho receio, tento controlar as crises e simplesmente aceitar o que està acontecendo.
 Eu, tao acostumada ao sofrimento, a dor, a decepçao e ao puro azar...
 Menina, para de ser ingrata! 
 Obrigada vida, que venham as virgulas e parenteses.

"Deixa a ortografia errada, o importante é o texto estar correto.
Ponto.



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Com ele, com ela.

 Com ele foi o prazer, a música perfeitamente selecionada e o filme de pretexto. O jogo de luz e sombra, que já me fascina naturalmente, pareceu chegar ao cume da perfeição e me levar ao delírio. Era pecado.
 Com ela, na noite seguinte, foi o remorso. Remorso de não ter remorso. A TV ligada e o filme aleatório; a luz na face inocente  me fazia amá-la mais ainda, eu sentia sua respiração como se fosse parte de mim e velava seu sono com tanta ternura que não consegui dormir. Pecado pior.
 Tempo depois, ela. Sem luz alguma e sua respiração realmente sendo parte de mim. A cura.
 Eternamente ele. Sem sombra nem dúvida.
 Nele a perfeição da distância, nela a histeria da presença.

'Mas tudo é pecado.

Eu até choro*

 'Ele tinha o olhar mais inocente e o sorriso mais sincero que vi até hoje.
 De início tive a dúvida se conseguiríamos nos suportar mais que aqueles quarenta minutos. Cada um com sua visão de mundo, suas ideias formadas e, principalmente, seu firme discurso de convicções.
 Praticamente a mesma idade e, sem dúvida, a mesma simpatia fácil.
 Eu era a menina liberal, de mente escancarada e ações impulsivas, levando o garoto embotado de dogmas religiosos a refletir seus conceitos; ele, a mente moderada que através de uma sagacidade excepcional ensinava uma alma eufórica a encontrar equilíbrio.
 Quebramos regras sérias com atitudes simples, e quanto mais simples mais belas. Muitas palavras, palavras rápidas, palavras compreendidas, meias-palavras, até nenhuma.
 Confissão muda de desejo gritante. Aquele olhar me assustava e me comovia, e quanto mais comovia mais me aterrorizava.
Ele se foi de repente, o olhar e o sorriso ficaram fotografados (mais em mim que no papel); ele não queria, eu também não; mas tudo estava ficando belo demais, risos demais, e o sorriso tira o temor - e sem temor não há fé.
 Mas ele ainda está aqui, às vezes chega pela caixinha de correio, noutras no vazio da parede ou até mesmo assim, numa terça-feira qualquer enquanto volto pra casa num ônibus lotado...


(Terça, 21 de setembro de 2010)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu vou dormir agora. 
Anulo os problemas de amanhã: as contas pra pagar, horários a cumprir, reunião e prova... esqueço que o quarto não tem luz, que a casa pede pintura, que falta cama e sobra raiva.
(Deus, porque esse dinheiro que vem tão suado não dá conta da miséria do mundo?)
Amanhã pode voltar tudo, mas hoje, agora, exatamente agora eu vou dormir.
E vou pensar nele, e terei uma noite fantástica mesmo não estando ao seu lado, é mais importante estar dentro.
Aqueço&Esqueço
Esqueço&Aqueço


Boa noite, 23h59min.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Deve Ser



O olhar perdido, deve ser...
As palavras escolhidas
Os beijos desejados
Os abraços sinceros
A vontade de que não tenha fim 
não tenha fim 
não tenha
fim

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

I

Aqui em casa
Noite fria, televisão ligada - fujo
Luzes acessas, dor nos olhos - penso
Livro fechado, mente aberta - fantasio
Gritos na rua, Armstrong na trilha e sonho
Sonho com a vitrola 1980, os passos solitários e as mãos ávidas
Beijo indecente sem par
Sono perdido, corpo cansado; imagino...