Nem tem pai. Não tem cama pra mim nem água quente no chuveiro.
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O Deart é meu inferno particular, é onde tento levar minha burrice às suas extremas consequências mesmo.Detesto aquelas paredes cor de nada, o orgulho de nada, o nada que se pode sentir.
Artes Visuais, Dança, Design e Teatro, tudo de mais genial sendo (ou tentando ser) produzido no menos genial possível.
E nesse departamento não tem tara, não tem paixão, não tem revolta e, assim sendo, não tem revolução.
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A rua é libertação. Ar poluído, visão poluída, audição, tato, paladar, não se pode escapar, tudo imundo, inclusive os pensamentos (e o pior, as ações também). Paralelepípedos, esgoto, bancos de praça, sol, chuva, caminhos que se cruzam, bom-dia perdido, balas encontradas, pessoas e vira-latas, imprevisão. Telas públicas que convidam nossa dor, nosso entusiasmo, a ânsia de quebrar nossa (sua) rotina de merda. Polícia cretina, políticos inúteis, transeuntes frustrados.E na rua não tem seminário, não tem avaliação semestral, não tem edital. Não tem sofá nem muito tempo para pensar.
Fortaleza (CE), Dezembro de 2010. |
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