quinta-feira, 10 de março de 2011

O Meu Amor.

As pessoas sempre riem quando digo que sinto o Chico Buarque "dentro de mim".
 Mas acaba sendo assim mesmo; ele se aproxima e beija suavemente -  enquanto recita no meu ouvido o que sente ou o que sinto. Me enlouquece.
Estava sozinha, deitada no velho sofá da sala e mastigando as mágoas de ontem quando ele chegou. Dessa vez fez diferente, ficou apenas me olhando e me disse coisas para me fazer chorar - veio me aliviar. 
Perguntou porque eu estava sozinha, porque sempre sozinha meu doce?! Disse-lhe que estava aprendendo a povoar minha solidão, para poder conseguir me isolar na multidão - e pensei: Baudelaire?!
 Depois ele preencheu todo o vazio com sua voz mansa e mão pesada, sua boca ávida e respiração quente.
Foi lindo, a pele arrepiada, trêmula, lambida, mordida e marcada.
Acabei cochilando e acordei sorrindo, tentando lembrar bem o que tinha acontecido- mas ele nunca deixa detalhes. 
Só a sua música tocando...e tocando.
Pensei novamente: Baudelaire? sim, sim  - e  uma vontade imensa de ir colher flores me surpreendeu! 
Bem, deixo um pouco dele aqui para quem se arriscar conferir



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